quarta-feira, 30 de março de 2016

Controle

Quem detém o controle contém a liberdade,
Ser dono do poder lhe tira a vantagem,
De ser sempre melhor, ou diferente, experiente,
O controle guia, mas ceifa tudo à sua frente.

A segurança do controle se perde fácil,
Quando você abre os olhos e vê que o mundo é ágil,
Como cruzar o sinal vermelho, você sabe o que o controle faz,
Respirando por alguns segundos, é esta mesmo a sua paz?

Posso te controlar sem exigir passividade,
Sem orgasmo ou beijo, posso deixar saudade,
Enquanto o controle te lembra intensidade,
Só te olho nos olhos, com a boca te devorando de verdade.

Um tempo pensando no tempo, às vezes é necessário,
Cada parte de você, pode ser um relicário,
Conjunto de tecidos de você, às vezes lentamente,
São re-descobertos sempre de maneira diferente.

Não creio que seja dentro de uma gaiola,
Que a vida te fará sorrir,
Há mais planícies e flores lá fora,
E o controle vai te limitar, te prender aqui.

De qualquer maneira não há motivo para resenha,
Dissertando sobre o controle te faço refém,
Tentando achar algo que te detenha,
A deixar que meu controle te controle também.

28/03/16 - 20:10
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O poder, o controle, são temas complicados, complexos e muitas vezes demasiadamente chatos.
É interessante pensar sobre o controle nas situações em que podemos vivenciá-lo, seja em exercício ou em estímulo.
Não vou gastar linhas pra dizer que o controle acontece independente da nossa vontade, essa é uma questão de liberdade na filosofia do Behaviorismo Radical, não é momento pra falar disso.
Mas o controle está ai, independente da sua vontade, independente da sua bondade, você controla e é controlado, e pelas contingências, modifica e é modificado.

That's All Folks!

terça-feira, 15 de março de 2016

Retratando Tentativas

Dedicado Exagerado

Você me inspira e nem sabe o quanto,
Mas tanto faz cara, imagina o pranto,
Que já tivemos que deixar por ai,
Hoje em dia, a gente vive assim.

Mas olha, tenho medo de altura,
Mergulharia tranquilo nesta piscina,
De intensidade com traços de loucura,
E a gente vive uma vida que alucina.

Olha só como vou te escrever,
Rimando com poucos "ar e er",
Porque o bonito é o díficil,
Retirando da linguagem todo o vício.

É com tanta força que "sinto" contigo,
Que me deixo ser humano, ser amigo,
E amigo não é uma palavra que eu consigo,
Usar pra nós, é pouco, e isso é lindo.

Acostumado a sentir com calma qualquer "alma",
Me pego com medo, talvez pouco prevenido,
E você aqui nessa casa sem sala,
Me dizendo onde sente arrepio.

Sente o tom deste escrito, é rápido e direto,
É a preocupação minha em ser correto,
Com um pouco de medo do incerto,
Mas ao final, ainda dirá que sou esperto.

No momento talvez, me encontro em dissonância,
Entre amor e ódio, não posso dar passos mas ando,
Não vejo, não há aparência (mas muita distância),
De propósito, uma frase que rima com eu te amo,
Já disse, é fácil escrever, é como fazer um plano,
Em cinco minutos penso no que aconteceria em um ano.

A palavra "romântico", tinha um significado diferente,
Agora troco as palavras por um amor aparente,
Que pra mim é mais difícil do que dizer que estou,
Em distância segura, pra acalmar meu coração.

Sempre foi possível transformar em palavras, sentimentos bons,
Agora trago pra realidade quem eu acho que sou,
O que guardo é o reforço que sinto para viver, vindo de você.

Rimar pra mim só é bonito quando é possível,
Dizer que palavras não descrevem o visível (e invisível),
Que são mera tentativa de descrever a sensação,
De milhões de sinapses dopaminérgicas, e o acelerar de um coração.

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A impressão que tenho quando "sinto" algo que sei que poderia escrever, é que se fosse pra colocar em palavras tudo o que vivo, só escreveria e não iria aproveitar a situação em si.
Mas como provavelmente já disse, algumas coisas tem que ser escritas, não são retratos de alegria, são tentativas, sempre tentativas, e é ai que está a beleza.












terça-feira, 8 de março de 2016

Pura Física Quântica



 Além do que se vê

Posso  escrever aqui só pra te obrigar,
Mas na verdade é só uma outra linguagem pra amar,
Amar o que eu nem sei o que é,
olha a moça no cinema, passando creme no pé.

Nem há desafio em escrever sobre você,
Não há novidade em escrever sobre coisas boas que se vê,
Mas vou voltar ao assunto principal,
Vou tentar te contar algo, sem imaginar um final.

Já pensou que essa morena, eu podia dizer que é pequena,
Mas na minha cabeça tamanho não é igual,
Ao que se guarda no coração, não é normal,
Dizer-te então, que me despeço somente com um "tchau",

Mas de fato, se peco é na vontade, de ter um amor de verdade,
Verdade que eu não digo que amo, nem quero,
Mas sinto saudade, e espero,
Que queria falar sobre a física, sobre a realidade.

Mudei o assunto da poesia, pra me esquivar,
De covarde que sou, pra deixar você me analisar,
Mas mesmo que eu escreva dezenas de palavras,
Não há nada, serão só metáforas.

O que dá pra dizer com racionalidade,
É que além da saudade, vai ficar uma vontade,
De ter a possibilidade, de ser alguém de verdade,
Que tire o pódio em qualquer qualidade.

E mesmo sem qualidade, eu afirmo uma amizade,
Que só me lembra bipolaridade,
De uma zueira sem limites definidos,
Tentando amenizar estes ruídos.

Tenho medo e me arrepio, de pensar neste filme,
Que por pouco tempo tive a oportunidade de assistir,
Não consegui ter posição firme!
Eu gosto muito de ver você sorrir.

Agora volto para a realidade de uma vida atrasada em horário,
Em que divido minha consideração, sem nenhum honorário,
Não passo ponto pra te encontrar,
Mas fico sentado na linha de te amar.

Só não digo, mas sou só um amigo,
Que é "esperto" demais para não virar inimigo,
E enquanto a gente não puder crescer demais,
Só sorri, só olha pra trás, seu instinto, te satisfaz.

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Seria fácil demais escrever esse post-poem, e de fato como estou ouvindo Los Hermanos, não quero nem perder tempo pra romantizar ou racionalizar o post. É só isso que está ai, só o que pude dizer, esse é meu romantismo.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Uma Pequena Lacuna

The Lack of Something

A vantagem de realizar algo abruptamente,
É a menor ansiedade ao estar na sua frente,
E realmente parece não funcionar assim exatamente,
Mas felizmente, o bater rápido do coração me diz que estou contente.

Encontros casuais me fazem pensar no após,
Onde me encontro criando futuros,
Esqueço ao fim das concepções, que não existe mais um nós,
E não crer no tempo torna tudo mais escuro.

Daqui em diante, parece que será uma troca de concepções constante,
Dividindo os sorrisos de alegria, entre atração e simpatia,
Não treinei meu coração para não amar as pessoas,
Independente de quem sejam, eu sempre amo suas coisas boas.

Se o problema fosse somente romantizar as relações,
Não estaria neste dia de sol, procurando trovões,
Pareço incapacitado para conviver com algumas conexões,
Ou até despreparado para estarmos a sós.

Se volto a pensar no efeito do seu olhar sob o meu,
Me esqueço do contexto, não sei onde estou, nem quem sou eu,
Todos os esforços estão concentrados nos efeitos do seu existir,
Não preciso me mover, não faço esforço para sorrir.

A esquiva para qualquer palavra errada, seria me denegrir,
Mas após 20 e poucos anos, muito mudou, e ainda estou aqui,
Independente de tudo que eu digo ou sinto,
Me encontro com todo o respeito, diante dos vários contextos.

Nossos pensamentos pouco diferem, estamos em contato,
Talvez o desafio seja descobrir qual é o limite,
Entre os sentimentos que me impedem,
De diminuir a distância entre nossos lábios.

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Por mais estranho que pareça, foi escrito tocando Eminem. Prefiro não pensar no porque disso.
O pouco do tom negativo sobre o assunto de troca de concepções se deve ao fato de que atualmente mais do que em outras épocas, as ideias que se modificam eu propago quase que imediatamente, é a insegurança do mundo contemporâneo é claro, nada é “seguro” nem mesmo as concepções.

Dá medo, é angustiante, não vou dizer que gostaria de agir somente com o coração, sem racionalizar o amor em partes porque isso seria somente mais uma forma de sofrimento, mas que é foda, é foda.