quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Calor do Pensamento ao Meio Dia

A mão que escreve é a que acaricia,
O pensamento que se alegra, é o mesmo que cria,
A boca que recita declarações, é a mesma que beija,
Toque, contato e calor.

Na solidão de uma companhia dentro da minha abstração,
Poderia julgar o mundo, mas tenho calma.
Aqui pode haver você e meu coração.
Aqui pode haver nós deitados num colchão.

A mão que escreve é a que te dá prazer,
A pele que ruboriza, é a mesma que arrepia,
Os olhos que veem, são os mesmos que irão esquecer,
Não é só um orgasmo, é também amor.

Dentre linhas e palavras,
Mensagens subliminares,
Dor no peito, e serenatas.
É possível sorrir, e isto às vezes basta.

Está quente, a casa é chata,
O sistema escraviza, e isto tudo me mata,
O amor é uma razão suficiente contra tudo isto,
Você o traz, e por aqui eu fico.

Quando vejo sua imagem,
Quando lembro do seu sorriso,
Vejo o quanto sinto saudade,
E como tudo isto faz sentido.

Me perco em mim, me encontro com você,
Não sei o que há, não sei o que é,
É você, somos nós, pode ser tudo,
E queria que só você, fosse o meu mundo.




Escrito em 03/12/12
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Só de lembrar do momento da escrita deste poema, já sinto o calor desta cidade.

Tive a impressão de que os álbuns que comentei (“Angles-2011” e “Comedown Machine-2013”) tem um pouco a ver com a modernidade que eu gosto de imaginar quando penso em escrever, existe um grande problema ai, que é o fato de estarmos na contemporaneidade hehe, um dia vou precisar resolver isto porque prefiro escrever sobre o “agora”, mas voltando ao assunto dos álbuns, tive que ler reviews sobre os dois para confirmar minha suspeita deste “feeling 80’s” que dá de cara com o tema modernidade, e de fato (quem ouvir pode comprovar), eles utilizam alguns sintetizadores que dão essa impressão de estar ouvindo uma música sei lá, dos smiths, do Bowie; também tem o fato da bateria sempre ter puxado a banda pra este lado mais “mecanizado” digamos assim, traz outra impressão da modernidade, é só relacionar isso com o fordismo por exemplo, produção em série e tudo mais.
As minhas concepções vão ficar de fora deste post, porque só gostaria mesmo de dizer como estes dois álbuns se encaixam perfeitamente no conceito de modernidade que eu quero expressar, e como gosto muito de escrever ouvindo músicas que me tragam pensamentos paralelos ao tema,achei uma boa inspiração para os próximos poemas.
 :D



PS: O álbum Selva Mundo do vivendo do ócio também traz um feeling parecido, quando chegar pelo correio vou tentar fazer um review.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Felicidade Desanimada

Escondido, eu apareço num mundo distante do seu abraço,
Como eu sempre disse que tudo seria assim,
Não posso reclamar se for este o fim,
De dividir com você este espaço.

Tudo isso ficou monótono, seu abraço antes aconchegante,
Agora dá vazão a algo sufocante,
E eu não tapo o buraco por onde tudo isto está saindo,
Eu deixo, e vejo tudo àquilo que era "Algo", se esvaindo.

Aconteceu antes, como na maioria das vezes acontece,
Agente se diverte, usa, abusa e se esquece,
De que provavelmente o pra sempre, sempre acaba,
E a estrada é muito mais longa do que se sonhava.

Sem dramatizar acabamos com tudo, antes mesmo de sentir a dor,
De perder algo que já chamamos de amor,
Mas que agora é um peso, sem deixar de ter valor.
É um misto de capacidade e felicidade, com falta de cor e sabor.

Até que um dia acaba, e entramos novamente no trilho do trem,
Para entrar novamente na vida de alguém,
Estragar tudo mais uma vez ou não, quem sabe.
Quem sabe ele entendeu, e o "nó" desfez,
Quem sabe a vida não é somente um jogo de Xadrez,
Quem sabe.
  
Escrito em 09/09/2010

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Não é que eu ache que as coisas são fadadas a se repetir, mas nós que mantemos as coisas sempre meio parecidas, devido ao nosso costume com o que já vivemos e aprendemos, dessa forma é possível que cometamos sempre erros parecidos e tal.
Uma vantagem é entender os erros que já cometemos, e tentar fazer diferente nem que seja cometer erros diferentes, é assim que aprendemos coisas novas e ganhamos experiência, ou pra um comportamental, aumentamos nosso repertório de comportamentos.



That’s All.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Carolina é Uma Menina Bem Dífícil de Esquecer ♫

Trilha:
Seu Jorge - Carolina
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Compartilhando Alguma Outra Existência

Foi de uma tentativa de seduzir de forma diferente do comum,
Que o poeta quis escrever com quase sentimento nenhum.
Para ser diferente não precisa ser esquisito,
Até que no meio disso tudo, encontraram algo bonito.

Obviamente o corpo não vai se separar da mente,
Obviamente criamos um atrativo sexual entre a gente,
Felizmente ou não, não vou explicar então,
O quanto defendo este momento do meu coração.

Já foi dito que, não se pode beber água com muita sede,
Me concentro ciente, de como é bom te encostar nesta parede,
Em dois organismos que soam em tom um pouco parecido,
Sem tempo, ao vento, e além deste contato, sorrindo.

Com a boca gastando energia de forma caótica,
Uma troca em que sem proferir muitas palavras,
Podemos conversar de forma exótica,
Por vezes violentamente, por vezes de forma sensível,
Independente de qual é a frequência,
Compartilhamos nossas existências.

Neste momento é possível compartilhar,
Nossas interações com outras pessoas,
O que nos deixaram e nos tiraram,
Assim neste encontro, de forma muito boa,
Independente de qual é a frequência,
Compartilhamos nossas existências.

Escrito em 26/08/2015
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O problema de programar postagens é que no meu comentário meu “tom” vai ser igual em todas elas, esta é a terceira programada, e sinto que não estou muito animado para comentar algo. De qualquer forma, vou falar sobre o que está escrito.

Já faz tempo que eu escrevo de forma que preciso perceber melhor os temas que eu gosto de abordar, e falar sobre eles de forma mais específica. Gosto tanto de Comportamental, mas a palavra “Existência”, que na minha vida tirei da Fenomenologia faz muito sentido, é um conceito muito bom para explicar o que eu quero dizer, seja no sentido de “não ser física”, quanto no sentido de ser possível imaginar esse conceito como a junção das coisas que fazem parte da vida de uma pessoa, e ainda, que duas existências compartilhadas seriam este encontro entre as duas vidas, ou todas as coisas destas duas pessoas...é viagem e é criacionismo pra caralho falar assim, mas quem sabe um dia eu escreva sobre cada conceito pra me formar melhor como poeta amador.


That’s All Folks!

PS: Deste post em diante, todas as vezes que eu quiser me referir a música, vou utilizar um símbolo ao invés do (8), que para quem sabe, era o atalho para o símbolo de música no antigo MSN...
R.I.P Internet Slangs : (

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Rápida Passagem em São Paulo

SP

Vejo além do que posso,
Vejo com vidros nos olhos e gosto,
Do ambiente e das companhias,
A cidade grande e suas alegrias.

Com tabaco e um pouco de álcool,
Vejo prédios demais aqui do alto,
Sem pensar nem imaginar este tempo,
Nem preciso escrever, mas tento.

E a noite nem sei se irá começar.
O "role" tenho certeza de quando irá terminar,
Mas lembranças de nós ninguém rouba,
A gente veio pra cá, e não vamos ficar atoa.

Sem ter certeza de um fim, só vou dizer,
Que de vir pra SP, não vou esquecer.

12/12/15 - 21 p.m.
escrito em poucos minutos na sacada de um prédio no Tucuruvi em são paulo,
nem sempre quando é rápido fica bonito e expressa o sentimento de forma correta,
mas o que são as palavras pra descrever tudo isso afinal?
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Bom, pra não tornar isso um diário vou tentar ser sucinto e não enrolar.
Consegui ir pra São Paulo este final de semana, fiquei quase 100% do tempo fazendo alguma coisa lá, e dessa forma aproveitei muito este pouco tempo.
Deu pra fazer algumas compras, assistir um show em um barzinho (with a lo of beers), dar um rolê na paulista, conversar bastante com a galera que eu conheci, dentre outras coisas...
Valeu a pena demais...foi a primeira vez que pude ir pra lá e fazer algo que eu realmente gosto, com pessoas que eu também realmente gosto.

Ai segue algumas fotos, não vou colocar muitas com as pessoas pra não deixar isso muito pessoal.

PS: Tomei uma cerveja trapista, e achei um CD foda do As I Lay Dying, isso valeu o role demais!

Chimay (Trapista porra IUAEHUIAEH)

Fuck the Police

Comprinhas na Galeria do Rock

Vista do predio em Tucuruvi


Livraria Cultura

Tietê Clichê

Av. Paulista

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um Dia de: "Te Ver"

Cisão

Meus lábios contra os seus, incansavelmente,
Consigo decifrar os movimentos da sua boca,
É igual, mas é sempre diferente,
Percebendo a inutilidade da sua roupa.

Olhos abertos se fecham mediante o cansaço,
Cansaço cansado de um dia sem você,
Descanso cansando de te ver.

A explosão química regendo lágrimas,
O estômago queima,
Vomitar o mundo não é novidade,
Saudade não é novidade.

Sumindo por entre luzes acesas e portas abertas,
Na prisão da exposição íntima,
Pouco acontece por entre as janelas,
Diante de uma energia ínfima.

Vem você, sono, e água,
Amor, relaxamento e calma,
E dentro do pensamento revigorante,
Algo pra seguir adiante.

Às vezes é necessário limpar todo o quarto,
Assim como limpar os pensamentos,
E você dentro do meu abraço,
É algo que eu concordo, algo que eu entendo.

ano passado, sem data

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Sempre que eu termino de escrever alguma coisa, corrijo alguma pontuação, troco alguma palavra pra adequar mais ou menos uma métrica padrão no poema (se for o caso) e releio o que escrevi diversas vezes.
Eu acho que nunca comentei aqui, mas há um tempo (e ainda em alguns assuntos), não sinto tanto prazer em ler o que fiz, havia certo sentimento de aversão ao que estava ali escrito. Recentemente depois de várias reflexões sobre isso, descobri que devido à natureza do poema, ele me mostra algo de mim que não é latente, algo que eu não havia percebido, mas que está ali em forma de palavras. Pois bem, descobri então que essa sensação é nada mais do que falta de maturidade pra elaborar os conteúdos que surgem na poesia, é como se fosse eu contando a mim mesmo como vejo as coisas. Mas isso melhorou, e parece que voltei a ver a beleza dos escritos, e até melhorei na escrita com isso.

Este post tem mais escrito do que poema, chega.


That’s All.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Percebendo a Realidade

Disambiguation

E quanto mais eu decido ser meu próprio ideal,
I fell more distant from everyone, and the things start to fall,
Não há tantos motivos aparentes para se distanciar,
Maybe this is Just fear of something that is too far.

We can keep living, writing, feeling the world as we can,
As coisas mudam vagarosamente, assim eu caminho também,
It’s a mistake, pull the brake from a faster life,
Mas ninguém liga, o mundo quer mesmo é que a gente se mate.

Talvez seja exigir demais, compartilhar-se em totalidade com alguém,
And it’s addictive to fell the a passion everytime again,
Acabamos nos conformando com a “realidade”,
And we keep going with the flow, thats what we call life.

Escrito em 26/08/15

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Um “Eu”

Hoje não tem talvez, hoje não tem vocês,
Hoje sou eu e qualquer gripe, hoje sou eu sem ninguém.
Hoje não falo de sorrisos, hoje existo comigo,
Amanhã quem sabe, eu vá ao encontro de algum amigo.

Aqui faz todo sentido, olhar no espelho e se enxergar,
Não sou uma pessoa só, um todo, um ser, um inconsciente.
Sou várias partes de milhões de coisas, juntas ai na frente.
Sou várias experiências, várias tentativas de amar.

O complicado do sentimento de amar,
É que ele é bom demais para não compartilhar,
Rimando verbos só pra dizer,
Um sentimento que por hora não quero ver crescer.

Queria apenas confirmar, se o que me atrai,
São incompletudes, improbabilidades e imprevisibilidades,
De forma a prevenir problemas futuros,
E futuras insaciáveis saudades.

Um poema falando de um “Eu”,
Que se viu existindo por poucos segundos,
Meio a convites de outros mundos,
Falando absurdos, tem um “eu”, que é só seu.

Escrito em 29/06/15

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Só algumas considerações sobre os poemas.
O primeiro foi um experimento sobre misturar as rimas em inglês e português de forma alternada, algumas letras da banda que faço parte tem algo parecido, mas eu nunca havia tentado alternar em todas as linhas, ficou bom, até meio musical, se eu trouxer isso para alguma música nossa eu trago aqui no blog, mesmo que pareça um pouco divergente um blog de poesia postando músicas de metal, mas enfim...

O segundo é descritivo, saiu de uma vez que fiquei doente em casa, e como sempre digo pros meus amigos em conversa, é quando a gente fica doente morando sozinho que saca a falta que algumas coisas e pessoas fazem, de qualquer forma é uma boa oportunidade pra observar como percebemos a realidade ao nosso redor, e amadurecer com isso.

Que fique claro, que eu não acredito que alguém consiga observar a realidade como ela "é" de fato, isso um dia será assunto pra um post escrito.


E isso é tudo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Sentimentos em Comportamental

Efeitos Intermitentes

Tão rápido quanto um reforço intermitente,
Sem se importar em gastar energia sempre,
Consciente, de que tudo pode de repente,
Dar errônea impressão de como é o presente.

Certas mudanças nós percebemos fácil,
Geralmente são as mudanças que acontecem pra baixo,
Se te agradar ocasionalmente, posso ser um arraso,
Se for intermitente, e me esquecer uma vez, mudo de bom para chato.

Dizer “sem se importar”, é como dizer “foda-se”,
Sem querer ser impessoal, mas é assim que quero ver,
Todos podem ser o que querem ser, como querem viver,
E eu do lado de cá, escolho alguém pra chamar de “você”.

É necessário tanto para escrever quando para sonhar,
Um “alguém” pra ser o ambiente, algo para reforçar,
Reciprocidade é luxo, assim gosto de pensar,
Pois apenas de mim depende, minha vontade de amar.

Formando tríplices contingências por ai,
Não ligo de estar aqui, estar assim, estar ali,
No meio das pessoas, pouco alheio, há com certeza coisas que eu não percebi,
Mas não me importa relembra-las, me importa lembrar que vivi.

Nem todo orgasmo, satisfaz nossa vontade,
Nem todas boas satisfações são acompanhadas de exclusividade,
Tudo continua, sem percebermos esta eternidade,
E dos nossos reforços intermitentes, vamos sentir saudade.

Escrito em 04/11/15

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Não há muita coisa a dizer agora, estou reformulando o blog e vou voltar a divulgar o conteúdo.
Sobre este poema a inspiração foi comportamental, gostei do resultado e espero conseguir escrever outros do mesmo estilo, poderia ter feito algo mais decente pra usar a frase que Skinner coloca em Walden ll: “O que é o amor exceto outro nome para o uso do reforçamento positivo? Mas acho que já está de bom tamanho para um primeiro "experimento" hehe.

Fazendo uma limpeza descobri que tenho digitalizadas aqui no blog por volta de 50 mil palavras, mais ou menos 180 páginas, entre rascunhos e poemas publicados. Como escrevo desde 2005 (talvez tenha algo antes), vi que não posso deixar este conteúdo abandonado assim tão facilmente, desta forma enquanto eu conseguir escrever poemas de qualidade razoável vou prosseguir com as postagens.


That’s All Folks!

Referências:

SKINNER,  F.  B. Walden II:  uma  sociedade  do  futuro.  Tradução  de  Rachel  Moreno  e  Nelson Raul Saraiva. 2ª Edição. São Paulo: EPU, 1978.