Cisão
Meus lábios contra os seus, incansavelmente,
Consigo decifrar os movimentos da sua boca,
É igual, mas é sempre diferente,
Percebendo a inutilidade da sua roupa.
Olhos abertos se fecham mediante o cansaço,
Cansaço cansado de um dia sem você,
Descanso cansando de te ver.
A explosão química regendo lágrimas,
O estômago queima,
Vomitar o mundo não é novidade,
Saudade não é novidade.
Sumindo por entre luzes acesas e portas abertas,
Na prisão da exposição íntima,
Pouco acontece por entre as janelas,
Diante de uma energia ínfima.
Vem você, sono, e água,
Amor, relaxamento e calma,
E dentro do pensamento revigorante,
Algo pra seguir adiante.
Às vezes é necessário limpar todo o quarto,
Assim como limpar os pensamentos,
E você dentro do meu abraço,
É algo que eu concordo, algo que eu entendo.
ano passado, sem data
__
Sempre que eu termino de escrever alguma
coisa, corrijo alguma pontuação, troco alguma palavra pra adequar mais ou menos
uma métrica padrão no poema (se for o caso) e releio o que escrevi diversas
vezes.
Eu acho que nunca comentei aqui, mas há um
tempo (e ainda em alguns assuntos), não sinto tanto prazer em ler o que fiz,
havia certo sentimento de aversão ao que estava ali escrito. Recentemente
depois de várias reflexões sobre isso, descobri que devido à natureza do poema,
ele me mostra algo de mim que não é latente, algo que eu não havia percebido,
mas que está ali em forma de palavras. Pois bem, descobri então que essa
sensação é nada mais do que falta de maturidade pra elaborar os conteúdos que
surgem na poesia, é como se fosse eu contando a mim mesmo como vejo as coisas.
Mas isso melhorou, e parece que voltei a ver a beleza dos escritos, e até
melhorei na escrita com isso.
Este post tem mais escrito do que poema, chega.
That’s All.
Nenhum comentário:
Postar um comentário