sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um Dia de: "Te Ver"

Cisão

Meus lábios contra os seus, incansavelmente,
Consigo decifrar os movimentos da sua boca,
É igual, mas é sempre diferente,
Percebendo a inutilidade da sua roupa.

Olhos abertos se fecham mediante o cansaço,
Cansaço cansado de um dia sem você,
Descanso cansando de te ver.

A explosão química regendo lágrimas,
O estômago queima,
Vomitar o mundo não é novidade,
Saudade não é novidade.

Sumindo por entre luzes acesas e portas abertas,
Na prisão da exposição íntima,
Pouco acontece por entre as janelas,
Diante de uma energia ínfima.

Vem você, sono, e água,
Amor, relaxamento e calma,
E dentro do pensamento revigorante,
Algo pra seguir adiante.

Às vezes é necessário limpar todo o quarto,
Assim como limpar os pensamentos,
E você dentro do meu abraço,
É algo que eu concordo, algo que eu entendo.

ano passado, sem data

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Sempre que eu termino de escrever alguma coisa, corrijo alguma pontuação, troco alguma palavra pra adequar mais ou menos uma métrica padrão no poema (se for o caso) e releio o que escrevi diversas vezes.
Eu acho que nunca comentei aqui, mas há um tempo (e ainda em alguns assuntos), não sinto tanto prazer em ler o que fiz, havia certo sentimento de aversão ao que estava ali escrito. Recentemente depois de várias reflexões sobre isso, descobri que devido à natureza do poema, ele me mostra algo de mim que não é latente, algo que eu não havia percebido, mas que está ali em forma de palavras. Pois bem, descobri então que essa sensação é nada mais do que falta de maturidade pra elaborar os conteúdos que surgem na poesia, é como se fosse eu contando a mim mesmo como vejo as coisas. Mas isso melhorou, e parece que voltei a ver a beleza dos escritos, e até melhorei na escrita com isso.

Este post tem mais escrito do que poema, chega.


That’s All.

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