sexta-feira, 24 de abril de 2015

Tive Razão

           Em um dos muitos passeios pela internet, me deparei com uma entrevista do seu Jorge, onde ele dizia que o rock não é um gênero pro negro. Na própria entrevista ele explica todo o seu argumento, e realmente faz bastante sentido. 
           Fui atrás de ouvir os trabalhos dele porque estava precisando de algo de uma qualidade melhor pra ouvir, falando de música brasileira. Me deparei então com um show ao vivo, onde ele toca a música "Tive Razão", que tem uma introdução feita no cavaquinho. No show ele traz um cara da orquestra pra tocar junto do músico que está tocando cavaquinho, nessa hora percebi a inteção do seu Jorge, que possivelmente era a de mostrar ao público o quão belo, complexo, e todos outros mais sentimentos que eles possam ter, é o som do instrumento de sopro, tanto como o do cavaquinho, aquele tipo de atitude mostrando paralelamente duas coisas semelhantes, porém apenas uma das duas é próxima da realidade do público e a outra não tanto; ou seja, uma atitude que tem a iniciativa de tentar des-alienar, se é que isso é possível.


           Coincidentemente estou fazendo uma pesquisa bibliográfica para entender um pouco mais sobre os modos de subjetivação e a sua relação com a música, e encontro Adorno realmente discursando sobre a diferença da música para entretenimento somente, e a música como arte autônoma e possibilitadora de reflexão. O fato que mais me chama a atenção, é que provavelmente um instrumento de sopro pra platéia leiga, é somente um instrumento de sopro, fora isto é apenas um corpo estranho num show do seu Jorge. A estratégia de chamar a atenção da platéia para a semelhança dos instrumentos, pode retirar o significado reforçador que o cavaquinho tenha, e abrir a possibilidade pro sujeito pensar que a música em si traz os bons sentimentos, desta forma, não há necessidade de manter-se comprando o mesmo tipo de música se a intenção é ser tocado pela arte musical. Na melhor das realidades, esta atitude neste show traz certo grau de consciência de si e de liberdade, o sujeito se vê tocado por outro instrumento, o sujeito se vê tocado pela música, o sujeito pode buscar outros tipos de músicas, e assim por diante. Não custa nada ser idealista nestas horas.


Fonte: Noyse
Referência:  Adorno, T.


terça-feira, 14 de abril de 2015

I,I Follow...ops.



Good vibe, bad felling

A música era boa, o sentimento doía,
Como um ingênuo não ingênuo, eu sentia,
Tentava aos poucos me aproximar da sua apatia,
Usar a palavra “tentava”, traz pra cá,
E tira de você, a tristeza que queria me passar,
Mas era sim, dentro do seu abraço que eu queria estar.

Cabem muitas palavras entre este parágrafo e o próximo,
Mas este poema se dedica a um lugar, que eu dizia que era nosso,
Um quarto de deitar com o colchão no chão,
Almofadas jogadas, um computador e um violão.
Passava muito tempo ali, pesquisando algum som,
Inventávamos filosofias para atribuir sentimentos ao coração.

Ao ouvir uma música parecida com esta época,
Senti a tristeza da inutilidade da tristeza,
Enquanto me tornava aos poucos uma garrafa seca,
Suprimindo uma demanda de “não esperança”,
Vivia como o objetivo fechado em si,
Vivia sem sentido, vivia para ti.

Provavelmente as origens deste tipo de música,
Tem um fundo triste ou realista,
Agora o efeito do remédio, depende de quem usa,
E lembro-me de como era bom ler conceitos budistas,
Agora, bom porra nenhuma, bom era sorrir,
Nunca gostei de a tristeza dominar o meu sentir.

Levaria mais alguns parágrafos, pra descrever um pouco melhor,
Mas o fato é que deixei perder alguns significados,
Estas coisas nunca mais irão voltar,
Agora caminho na rua pelo outro lado,
Existe agora esperança de que tudo irá melhorar.

_____

Achei Lykke Li e várias outros artistas de músicas pseudo-alternativas, ou hypsters mesmo (não gosto do termo), em uma época que estava me envolvendo com meditação e temas relacionados a paz, tentando me manter tranquilo sobre algums problemas pelos quais estava passando.
Hoje vejo que este tipo de música se relaciona com um role mais alternativo ainda, daquelas pessoas que cultuam mais o amor do que o heterossexualismo coisa e tal.
Era pra coisa se desenrolar ali, mas é só mais uma bolha de pessoas juntas, que olha de dentro para fora, achando que estamos todos em bolhas diferentes e que só os caucasianos bonitinhos, alternativos, "cult", podem entrar. Todo este assunto não me importa, as concepções que tenho estão firmes o suficiente para serem propagadas por mais 1 ano pelo menos, o fato é que perdi a oportunidade de ouvir um tipo de música trazendo significados pessoais a ela, tal como aconteceu na época do T.A.T.U...mas é isso ai, são só algumas linhas de mimimi.

I follow rivers by Lykke Li on Grooveshark

segunda-feira, 13 de abril de 2015

With Your Destiny

E a nostalgia mais uma vez por ai, vamos lá, sem saudosismo.

___

30 músicas em uma playlist

Melhor queimar que se apagar aos poucos,
E vejo todos nós sentados, rindo por pouco,
Tudo é agradável, é agradável ser louco.

Vários ambientes dentro deles várias mentes,
Concepções semelhantes,  ideias diferentes,
Juntando passado e presente, com toda essa gente.

Alcoolizando num copo com duas vezes minha idade,
Conversando qualquer coisa, matando a saudade,
Minha concepção é, que isso é viver de verdade.

Não gosto muito de falar de amizade,
Nunca encontrei muito disso nessa cidade,
Mas encontrei algumas de verdade dentro da minha realidade.

O fato é, que é dificil parar para perceber algo,
Dentro de um momento que explode de concepções novas,
Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo,
Não sinto tanta necessidade de conter meus comentários críticos,
Não sinto tanta necessidade de deixar de ser chato,
E parei pra perceber que vivo,
Num mundo que pra ser feliz é barato.

____

Depois de fazer uma playlist com 30 músicas, tentando misturar os gostos de todos que se predispuseram a escolher um estilo, banda ou música, o cara vai e pausa a playlist pra colocar uma música qualquer (Isto que haviam músicas dele na playlist), depois disso não sei mais como fazer pra ser consensual com músicas em uma festa :S

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O lixo do terceiro mundo



Fui apresentado hoje a uma música de um tal de MC Pikachu...
Não quero nem gastar energias escrevendo sobre a vergonha que é ser Brasileiro nestas horas,
Fico muito triste também por saber que esse tipo de mídia é opressora e acontece todo segundo com a maioria do povo que mora neste país.

_________________

Valar Morghulis 

É tão engraçado quando fantasiamos sobre a vida,
Nem sempre as coisas encaixam, nem sempre há trilha sonora,
Mesmo assim encontramos uma saída,
Transformando em belo, toda a incerteza do agora.

Não é por ser cômico que o terror do caos se esvai,
Ele ainda está aqui em forma de energia,
Ele está aqui em como te beijo me esquecendo dos pulmões,
Está aqui em como nos misturamos entre os dois colchões,
Está aqui em como as mentes se unem mais que os corpos,
Dentro de duas realidades que tentam se expressar.

Mensurando e sentido todas as partículas possíveis,
Me movo entre os seus movimentos previsíveis,
Gasto muito mais energia quando vejo você sorrindo,
Incontrolável paranóia, eu sinto você mentindo.

______

Uma vergonha um poema tão pequeno sobre lembranças tão boas...

______

CH3CH2OH

O que somos de bom para as pessoas sem gastar energia?
O que somos de bom sem que elas queiram saber?
Talvez toda estética seja preguiça de conquistar,
Talvez seja sinal de fraqueza,
Talvez seja incapacidade com vontade de amar.

Da mesma forma num universo contrário,
Contraio-me para dentro dos meus limites,
Imponho que perguntes, imponho que queira,
Desejos de amor não vêm de graça,
Não sou uma pessoa que age como você espera,
Mas sou alguém que as suas expectativas supera.

Em poucas linhas descrevo, tanto minha melhor qualidade, quanto meu medo,
Considero fácil enxergar os problemas na palma da mão,
Com a maior parte dos limites bem definidos,
Esqueço-me dos problemas esquecidos,
Assim erro, e o pensamento se torna complexo demais pra ser consciente,
Tão rápido quanto a vida, que nada mais é do que o momento presente.

__


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Its a Little too Late to Write...

Quase exatos dois anos desde a última postagem oficial.
Não faz mesmo mais sentido publicar se o intuito das palavras é desabafar.
O escrito a seguir saiu de um feeling emprestado, já que dos meus próprios ainda estou um pouco cansado.

___



Um verso introdutório pra tirar uma onda:
A proposta é escrever sem usar a palavra “talvez”,

Pois ela representa a impossibilidade natural da vida,

Estamos todos sujeitos a esta matemática,

Independente da filosofia escolhida.

Caminhos ou Trilhos?

Imaginando a transcendência que podemos ascender,
Coisas materiais pouco importam,
A vida se mostra linear, crescer, se desenvolver,
Até que nos deparamos, com ventos e rosas que cortam.

Utilizar de uma filosofia para prosseguir,
Nem sempre é suficiente,
Nossos credos projetam pensamentos futuros,
Que diversas vezes perpassam o momento presente.

Crer no amor pode ser crer na vida,
Isso se torna necessário, pois por vezes a vida é sofrida,
Que fazer então, diante de uma má situação?
Colocando todo o sentimento junto, culpando o coração.

E quando toda sua história de vida se resume em um momento,
Quando diversas memórias são todas juntas jogadas ao vento,
Quando sentimos medo de abrir aquela porta do esquecimento,
Guardamos este movimento, num sentimento que nos machuca por dentro.

Crer no amor pode ser crer na vida,
Acreditar nas pessoas pode ser acreditar em nós mesmos,
Continuando nesta corrida,
Torcendo para que não estejamos fazendo tudo a esmo.

Nem sempre temos sorte de cruzar os mesmos caminhos,
Quisera eu que fosse possível colocar-lhe trilhos,
Mudar a direção da sua vida, te trazer pra mim,
Pois é certo que seria muito feliz assim.

__________________________

Para uma pessoa que sorri, e tem medo de não ser mais amada pelos outros.
Pegar o feeling alheio é engraçado, escrever sem usar "talvez" é muito difícil, haja sinônimos.