quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Calor do Pensamento ao Meio Dia

A mão que escreve é a que acaricia,
O pensamento que se alegra, é o mesmo que cria,
A boca que recita declarações, é a mesma que beija,
Toque, contato e calor.

Na solidão de uma companhia dentro da minha abstração,
Poderia julgar o mundo, mas tenho calma.
Aqui pode haver você e meu coração.
Aqui pode haver nós deitados num colchão.

A mão que escreve é a que te dá prazer,
A pele que ruboriza, é a mesma que arrepia,
Os olhos que veem, são os mesmos que irão esquecer,
Não é só um orgasmo, é também amor.

Dentre linhas e palavras,
Mensagens subliminares,
Dor no peito, e serenatas.
É possível sorrir, e isto às vezes basta.

Está quente, a casa é chata,
O sistema escraviza, e isto tudo me mata,
O amor é uma razão suficiente contra tudo isto,
Você o traz, e por aqui eu fico.

Quando vejo sua imagem,
Quando lembro do seu sorriso,
Vejo o quanto sinto saudade,
E como tudo isto faz sentido.

Me perco em mim, me encontro com você,
Não sei o que há, não sei o que é,
É você, somos nós, pode ser tudo,
E queria que só você, fosse o meu mundo.




Escrito em 03/12/12
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Só de lembrar do momento da escrita deste poema, já sinto o calor desta cidade.

Tive a impressão de que os álbuns que comentei (“Angles-2011” e “Comedown Machine-2013”) tem um pouco a ver com a modernidade que eu gosto de imaginar quando penso em escrever, existe um grande problema ai, que é o fato de estarmos na contemporaneidade hehe, um dia vou precisar resolver isto porque prefiro escrever sobre o “agora”, mas voltando ao assunto dos álbuns, tive que ler reviews sobre os dois para confirmar minha suspeita deste “feeling 80’s” que dá de cara com o tema modernidade, e de fato (quem ouvir pode comprovar), eles utilizam alguns sintetizadores que dão essa impressão de estar ouvindo uma música sei lá, dos smiths, do Bowie; também tem o fato da bateria sempre ter puxado a banda pra este lado mais “mecanizado” digamos assim, traz outra impressão da modernidade, é só relacionar isso com o fordismo por exemplo, produção em série e tudo mais.
As minhas concepções vão ficar de fora deste post, porque só gostaria mesmo de dizer como estes dois álbuns se encaixam perfeitamente no conceito de modernidade que eu quero expressar, e como gosto muito de escrever ouvindo músicas que me tragam pensamentos paralelos ao tema,achei uma boa inspiração para os próximos poemas.
 :D



PS: O álbum Selva Mundo do vivendo do ócio também traz um feeling parecido, quando chegar pelo correio vou tentar fazer um review.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Felicidade Desanimada

Escondido, eu apareço num mundo distante do seu abraço,
Como eu sempre disse que tudo seria assim,
Não posso reclamar se for este o fim,
De dividir com você este espaço.

Tudo isso ficou monótono, seu abraço antes aconchegante,
Agora dá vazão a algo sufocante,
E eu não tapo o buraco por onde tudo isto está saindo,
Eu deixo, e vejo tudo àquilo que era "Algo", se esvaindo.

Aconteceu antes, como na maioria das vezes acontece,
Agente se diverte, usa, abusa e se esquece,
De que provavelmente o pra sempre, sempre acaba,
E a estrada é muito mais longa do que se sonhava.

Sem dramatizar acabamos com tudo, antes mesmo de sentir a dor,
De perder algo que já chamamos de amor,
Mas que agora é um peso, sem deixar de ter valor.
É um misto de capacidade e felicidade, com falta de cor e sabor.

Até que um dia acaba, e entramos novamente no trilho do trem,
Para entrar novamente na vida de alguém,
Estragar tudo mais uma vez ou não, quem sabe.
Quem sabe ele entendeu, e o "nó" desfez,
Quem sabe a vida não é somente um jogo de Xadrez,
Quem sabe.
  
Escrito em 09/09/2010

_

Não é que eu ache que as coisas são fadadas a se repetir, mas nós que mantemos as coisas sempre meio parecidas, devido ao nosso costume com o que já vivemos e aprendemos, dessa forma é possível que cometamos sempre erros parecidos e tal.
Uma vantagem é entender os erros que já cometemos, e tentar fazer diferente nem que seja cometer erros diferentes, é assim que aprendemos coisas novas e ganhamos experiência, ou pra um comportamental, aumentamos nosso repertório de comportamentos.



That’s All.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Carolina é Uma Menina Bem Dífícil de Esquecer ♫

Trilha:
Seu Jorge - Carolina
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Compartilhando Alguma Outra Existência

Foi de uma tentativa de seduzir de forma diferente do comum,
Que o poeta quis escrever com quase sentimento nenhum.
Para ser diferente não precisa ser esquisito,
Até que no meio disso tudo, encontraram algo bonito.

Obviamente o corpo não vai se separar da mente,
Obviamente criamos um atrativo sexual entre a gente,
Felizmente ou não, não vou explicar então,
O quanto defendo este momento do meu coração.

Já foi dito que, não se pode beber água com muita sede,
Me concentro ciente, de como é bom te encostar nesta parede,
Em dois organismos que soam em tom um pouco parecido,
Sem tempo, ao vento, e além deste contato, sorrindo.

Com a boca gastando energia de forma caótica,
Uma troca em que sem proferir muitas palavras,
Podemos conversar de forma exótica,
Por vezes violentamente, por vezes de forma sensível,
Independente de qual é a frequência,
Compartilhamos nossas existências.

Neste momento é possível compartilhar,
Nossas interações com outras pessoas,
O que nos deixaram e nos tiraram,
Assim neste encontro, de forma muito boa,
Independente de qual é a frequência,
Compartilhamos nossas existências.

Escrito em 26/08/2015
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O problema de programar postagens é que no meu comentário meu “tom” vai ser igual em todas elas, esta é a terceira programada, e sinto que não estou muito animado para comentar algo. De qualquer forma, vou falar sobre o que está escrito.

Já faz tempo que eu escrevo de forma que preciso perceber melhor os temas que eu gosto de abordar, e falar sobre eles de forma mais específica. Gosto tanto de Comportamental, mas a palavra “Existência”, que na minha vida tirei da Fenomenologia faz muito sentido, é um conceito muito bom para explicar o que eu quero dizer, seja no sentido de “não ser física”, quanto no sentido de ser possível imaginar esse conceito como a junção das coisas que fazem parte da vida de uma pessoa, e ainda, que duas existências compartilhadas seriam este encontro entre as duas vidas, ou todas as coisas destas duas pessoas...é viagem e é criacionismo pra caralho falar assim, mas quem sabe um dia eu escreva sobre cada conceito pra me formar melhor como poeta amador.


That’s All Folks!

PS: Deste post em diante, todas as vezes que eu quiser me referir a música, vou utilizar um símbolo ao invés do (8), que para quem sabe, era o atalho para o símbolo de música no antigo MSN...
R.I.P Internet Slangs : (

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Rápida Passagem em São Paulo

SP

Vejo além do que posso,
Vejo com vidros nos olhos e gosto,
Do ambiente e das companhias,
A cidade grande e suas alegrias.

Com tabaco e um pouco de álcool,
Vejo prédios demais aqui do alto,
Sem pensar nem imaginar este tempo,
Nem preciso escrever, mas tento.

E a noite nem sei se irá começar.
O "role" tenho certeza de quando irá terminar,
Mas lembranças de nós ninguém rouba,
A gente veio pra cá, e não vamos ficar atoa.

Sem ter certeza de um fim, só vou dizer,
Que de vir pra SP, não vou esquecer.

12/12/15 - 21 p.m.
escrito em poucos minutos na sacada de um prédio no Tucuruvi em são paulo,
nem sempre quando é rápido fica bonito e expressa o sentimento de forma correta,
mas o que são as palavras pra descrever tudo isso afinal?
_

Bom, pra não tornar isso um diário vou tentar ser sucinto e não enrolar.
Consegui ir pra São Paulo este final de semana, fiquei quase 100% do tempo fazendo alguma coisa lá, e dessa forma aproveitei muito este pouco tempo.
Deu pra fazer algumas compras, assistir um show em um barzinho (with a lo of beers), dar um rolê na paulista, conversar bastante com a galera que eu conheci, dentre outras coisas...
Valeu a pena demais...foi a primeira vez que pude ir pra lá e fazer algo que eu realmente gosto, com pessoas que eu também realmente gosto.

Ai segue algumas fotos, não vou colocar muitas com as pessoas pra não deixar isso muito pessoal.

PS: Tomei uma cerveja trapista, e achei um CD foda do As I Lay Dying, isso valeu o role demais!

Chimay (Trapista porra IUAEHUIAEH)

Fuck the Police

Comprinhas na Galeria do Rock

Vista do predio em Tucuruvi


Livraria Cultura

Tietê Clichê

Av. Paulista

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um Dia de: "Te Ver"

Cisão

Meus lábios contra os seus, incansavelmente,
Consigo decifrar os movimentos da sua boca,
É igual, mas é sempre diferente,
Percebendo a inutilidade da sua roupa.

Olhos abertos se fecham mediante o cansaço,
Cansaço cansado de um dia sem você,
Descanso cansando de te ver.

A explosão química regendo lágrimas,
O estômago queima,
Vomitar o mundo não é novidade,
Saudade não é novidade.

Sumindo por entre luzes acesas e portas abertas,
Na prisão da exposição íntima,
Pouco acontece por entre as janelas,
Diante de uma energia ínfima.

Vem você, sono, e água,
Amor, relaxamento e calma,
E dentro do pensamento revigorante,
Algo pra seguir adiante.

Às vezes é necessário limpar todo o quarto,
Assim como limpar os pensamentos,
E você dentro do meu abraço,
É algo que eu concordo, algo que eu entendo.

ano passado, sem data

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Sempre que eu termino de escrever alguma coisa, corrijo alguma pontuação, troco alguma palavra pra adequar mais ou menos uma métrica padrão no poema (se for o caso) e releio o que escrevi diversas vezes.
Eu acho que nunca comentei aqui, mas há um tempo (e ainda em alguns assuntos), não sinto tanto prazer em ler o que fiz, havia certo sentimento de aversão ao que estava ali escrito. Recentemente depois de várias reflexões sobre isso, descobri que devido à natureza do poema, ele me mostra algo de mim que não é latente, algo que eu não havia percebido, mas que está ali em forma de palavras. Pois bem, descobri então que essa sensação é nada mais do que falta de maturidade pra elaborar os conteúdos que surgem na poesia, é como se fosse eu contando a mim mesmo como vejo as coisas. Mas isso melhorou, e parece que voltei a ver a beleza dos escritos, e até melhorei na escrita com isso.

Este post tem mais escrito do que poema, chega.


That’s All.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Percebendo a Realidade

Disambiguation

E quanto mais eu decido ser meu próprio ideal,
I fell more distant from everyone, and the things start to fall,
Não há tantos motivos aparentes para se distanciar,
Maybe this is Just fear of something that is too far.

We can keep living, writing, feeling the world as we can,
As coisas mudam vagarosamente, assim eu caminho também,
It’s a mistake, pull the brake from a faster life,
Mas ninguém liga, o mundo quer mesmo é que a gente se mate.

Talvez seja exigir demais, compartilhar-se em totalidade com alguém,
And it’s addictive to fell the a passion everytime again,
Acabamos nos conformando com a “realidade”,
And we keep going with the flow, thats what we call life.

Escrito em 26/08/15

__

Um “Eu”

Hoje não tem talvez, hoje não tem vocês,
Hoje sou eu e qualquer gripe, hoje sou eu sem ninguém.
Hoje não falo de sorrisos, hoje existo comigo,
Amanhã quem sabe, eu vá ao encontro de algum amigo.

Aqui faz todo sentido, olhar no espelho e se enxergar,
Não sou uma pessoa só, um todo, um ser, um inconsciente.
Sou várias partes de milhões de coisas, juntas ai na frente.
Sou várias experiências, várias tentativas de amar.

O complicado do sentimento de amar,
É que ele é bom demais para não compartilhar,
Rimando verbos só pra dizer,
Um sentimento que por hora não quero ver crescer.

Queria apenas confirmar, se o que me atrai,
São incompletudes, improbabilidades e imprevisibilidades,
De forma a prevenir problemas futuros,
E futuras insaciáveis saudades.

Um poema falando de um “Eu”,
Que se viu existindo por poucos segundos,
Meio a convites de outros mundos,
Falando absurdos, tem um “eu”, que é só seu.

Escrito em 29/06/15

__

Só algumas considerações sobre os poemas.
O primeiro foi um experimento sobre misturar as rimas em inglês e português de forma alternada, algumas letras da banda que faço parte tem algo parecido, mas eu nunca havia tentado alternar em todas as linhas, ficou bom, até meio musical, se eu trouxer isso para alguma música nossa eu trago aqui no blog, mesmo que pareça um pouco divergente um blog de poesia postando músicas de metal, mas enfim...

O segundo é descritivo, saiu de uma vez que fiquei doente em casa, e como sempre digo pros meus amigos em conversa, é quando a gente fica doente morando sozinho que saca a falta que algumas coisas e pessoas fazem, de qualquer forma é uma boa oportunidade pra observar como percebemos a realidade ao nosso redor, e amadurecer com isso.

Que fique claro, que eu não acredito que alguém consiga observar a realidade como ela "é" de fato, isso um dia será assunto pra um post escrito.


E isso é tudo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Sentimentos em Comportamental

Efeitos Intermitentes

Tão rápido quanto um reforço intermitente,
Sem se importar em gastar energia sempre,
Consciente, de que tudo pode de repente,
Dar errônea impressão de como é o presente.

Certas mudanças nós percebemos fácil,
Geralmente são as mudanças que acontecem pra baixo,
Se te agradar ocasionalmente, posso ser um arraso,
Se for intermitente, e me esquecer uma vez, mudo de bom para chato.

Dizer “sem se importar”, é como dizer “foda-se”,
Sem querer ser impessoal, mas é assim que quero ver,
Todos podem ser o que querem ser, como querem viver,
E eu do lado de cá, escolho alguém pra chamar de “você”.

É necessário tanto para escrever quando para sonhar,
Um “alguém” pra ser o ambiente, algo para reforçar,
Reciprocidade é luxo, assim gosto de pensar,
Pois apenas de mim depende, minha vontade de amar.

Formando tríplices contingências por ai,
Não ligo de estar aqui, estar assim, estar ali,
No meio das pessoas, pouco alheio, há com certeza coisas que eu não percebi,
Mas não me importa relembra-las, me importa lembrar que vivi.

Nem todo orgasmo, satisfaz nossa vontade,
Nem todas boas satisfações são acompanhadas de exclusividade,
Tudo continua, sem percebermos esta eternidade,
E dos nossos reforços intermitentes, vamos sentir saudade.

Escrito em 04/11/15

_______________

Não há muita coisa a dizer agora, estou reformulando o blog e vou voltar a divulgar o conteúdo.
Sobre este poema a inspiração foi comportamental, gostei do resultado e espero conseguir escrever outros do mesmo estilo, poderia ter feito algo mais decente pra usar a frase que Skinner coloca em Walden ll: “O que é o amor exceto outro nome para o uso do reforçamento positivo? Mas acho que já está de bom tamanho para um primeiro "experimento" hehe.

Fazendo uma limpeza descobri que tenho digitalizadas aqui no blog por volta de 50 mil palavras, mais ou menos 180 páginas, entre rascunhos e poemas publicados. Como escrevo desde 2005 (talvez tenha algo antes), vi que não posso deixar este conteúdo abandonado assim tão facilmente, desta forma enquanto eu conseguir escrever poemas de qualidade razoável vou prosseguir com as postagens.


That’s All Folks!

Referências:

SKINNER,  F.  B. Walden II:  uma  sociedade  do  futuro.  Tradução  de  Rachel  Moreno  e  Nelson Raul Saraiva. 2ª Edição. São Paulo: EPU, 1978.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Alheio

Uma parte disto é não querer se encontrado,
É fácil olhar e dizer que estou errado,
Uma parte disto é ser sincero comigo,
Aumento o volume dos fones, assim vivo o mundo sozinho (e sorrio).

Sob outros olhos não faz diferença que sou,
Arrumando o cabelo no espelho, pra que?
Só eu sei pra onde fui e vou,
Quem é egoísta, eu ou você?

O som volta a distrair os sentidos,
Caminho, respiro, observo, mas dou atenção aos ouvidos,
O mundo é alheio também, olha só!
Reciprocamente nós não temos dó.

De tempos em tempos,
Compartilho a trilha sonora, e alguns momentos,
Não sou alheio neste recorte,
E vou confessar: achar quem compartilha é sorte.

Não vou fingir não saber,
Que não sei de onde isto tudo foi nascer,
Sei das pessoas, beijos, cheiros, lugares, barbáries,
Agora é parte de mim, independente de como eu encare.

Desta forma aos poucos,
Escrevo o futuro, no meio de todos,
Alheio a muito,
Que não cabe (agora) no meu mundo.

Tantas críticas agora e depois,
Família, amigos, trabalho e “nós dois”.
Vou na mão contrária do que irá me prender,
Vou na mão contrária, até de você.

Alheio às vezes, para tentar me conhecer,
Sempre me disseram como eu era, ou iria ser,
Mas não era assim que eu via,
Precisava descobrir o que acontecia.

Não sei quanto de mim, eu mesmo criei,
Alheio a coisas, que eu não aniquilei,
O quanto do meu amor, não é de ninguém?
Ainda não sei o que é meu, para dar a alguém.

__

Este era pra ser um poema descritivo sobre algumas sensações, o pensamento pra escrever ele foi uma saída da sala de aula, ouvindo musica a um volume pra ignorar o som de fora. Às vezes é engraçado escolher a trilha sonora pra sua própria vida, talvez por isso é tão bonito admirar quando a trilha sonora de um filme combina perfeitamente com as cenas.
Então existem tipos de poemas, e eu já devia ter categorizado.
That’s All.

PS:
Soundtrack

  1. Eyes Set to Kill - Surface
  2. Job for a Cowboy - Entombment of a Machine
  3. The Strokes - Under Cover of Darkness


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pequena Dose, de Irresponsabilidade

I’ve (not) Been Lost for Long Enough


Falando aqui, de mim pra mim,
Não sei como as coisas funcionam, mas sei que estou assim,
Tentando conseguir as mesmas representações,
Tentando deixar minha marca dentro de alguns corações.

Se o mundo permitisse, deixaria que meu instinto me guiasse,
Atravessando-a com energias, para encontrar todo seu ápice,
Porém hoje tenho algo além para me preocupar,
E me vejo sentado escrevendo, tentando lhe explicar.

Independente das concepções gerais, do senso comum e tudo mais,
Sinto a alegria contagiante, calmamente mostrando que a vida pode ser mais,
É engraçado após todos estes anos de certezas depressivas,
Sentir-se transpassado por quem acredita na vida.

Muitas vezes, e é comum encontrarmos casos,
Em que mudanças graves ocorrem,
Após grandes desastres, momentos raros,
Depois de sofrer muito as pessoas escolhem.

E não fiquei perdido por tempo suficiente,
Pra encontrar alguém e me encontrar para sempre,
Nem sempre a gente entende, a vida como algo contente somente,
Agrada-me abarcar a quântica, a “coisa” boa e ruim, ambivalente.

Sofrer não é melhor, nem tanto pior,
É mais fácil explicar, que eu sei sentir quando dói.
Agora tudo volta a ser ação,

Posso novamente gritar que nada é em vão.

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Hoje sem trilha sonora, só dando uma vasculhada em coisas antigas. É ai que dá pra analisar o que mudou, e o que ainda continua o mesmo na nossa vida.
Me peguei num momento de irresponsabilidade por alguns problemas na faculdade, e infelizmente, mesmo contra a minha vontade de "ouvir ditados", vou aprender uma lição a duras penas...não precisava ser assim, mas não podemos mudar o passado, então Let it be.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Do Organismo ao Sorriso


Espontaneidade

Vivemos em quatro dimensões,
Três para nos movimentar,
E uma quarta: o tempo, para contarmos passar,
Assim vivemos nós, com nossas razões.

São tantos resultados possíveis, com somente quatro variáveis,
Misturamos isso a nossa biologia, e obtemos combinações inimagináveis.
A junção destas dimensões, chamamos de espaço-tempo,
O resultado da mistura do nosso DNA, chamamos de organismo.

Cada organismo dentro do espaço-tempo,
Vive sua história, tem seus próprios momentos,
Cada ser escolhe e age de sua própria forma,
E assim também, nos misturamos com as pessoas a nossa volta.

Imagine só! Quantas possibilidades temos ao nosso redor!
Pessoas que já bateram o dedinho do pé na cama,
Pessoas que decidiram viver uma vida vegana,
Pessoas que apenas por serem elas, conquistam respeito e amor.

E no mundo dentre as atuais sete bilhões e trezentos milhões de pessoas,
Tenho a honra de conhecer uma com certas coisas muito boas,
Obviamente, as características pessoais são únicas,
Mas não é demagogia, dizer o quanto únicas são as suas.

Apropriando de uma Psicologia qualquer, vejo sorrisos,
Sei que podem estar defendendo um coração partido,
De qualquer forma, vejo que eles demonstram uma crença,
De que se as coisas não mudarem, você fará a diferença.

Atitudes positivas, tomadas frente às esquinas da vida,
Uma força invejável, parece sempre haver saída,
Pensando bem, faz sentido gostar de ouvir o que você conta,
Parecem instruções específicas: Olha só o que a vida apronta!

Vejo atitudes  que me atingem forma espontânea,
Saio da minha zona de conforto controlado,
Me lembro de como é, agir de forma instantânea,
Parando pra observar o ambiente, olha só, você está aqui do lado.

Neste pequeno espaço de tempo, que me dediquei a escrever,
Pensei em tantas coisas que poderia dizer, mas vou me ater,
Parte disto pode ser um ideal meu, tentando enxergar seu futuro,
Como você, como soma das suas coisas será num próximo turno.

Do lado de cá, sinto a influência da sua pessoa a conversar ou tropeçar,
Sorrisos que com você combinam, e o externo cativam,
Visões diferentes, um “foda-se” particular,
Mas é um poema sem graça, de coisas boas é fácil falar.

Mas a graça é que todas estas letras unidas,
Não explicam em nada as nossas vidas,
Só dão ideia do que produzimos em horas vagas na sala,
O resultado de duas experiências compartilhadas...

E letras demais enjoam.

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Para a Su.

Fazia tempo que eu não fazia nada dedicado, da mesma forma fazia tempo que eu não misturava tantos conteúdos num só lugar, não ficou tão desconexo quanto eu imaginei, então tudo bem.
É obvio que escrever é sempre uma viagem nas suas próprias concepções sobre a vida, e nem sempre é uma viagem completamente agradável, mas o propósito deste escrito é descrever como é possível mudar a visão de mundo que temos diante das situações, as vezes as pessoas até creem em coisas parecidas, mas a maneira como falam e externam estas intenções, influenciam no que irá voltar pra elas mesmas, eu ainda falo “foda-se” pra muitas coisas, mas lentamente vamos achando novas palavras, buscando maior assertividade, é isso.









terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ice, is not always nice.

A Senha é “X”

Escreveria completamente em terceira pessoa,
Escreveria relatando uma coisa boa,
Mas o personagem deste drama sou eu,
E este pequeno pensamento é seu.

Poderia complexificar as palavras, submetê-las ao limbo,
Mas perderia muito do significado, de um assunto tão íntimo,
Dividindo as relações em dois, podemos nos responsabilizar,
Por metade dos acontecidos, estamos fadados a errar.

Tomei a decisão de cortar um tipo de relação,
Evitar um compromisso, sem motivos em vão,
Aceitar a raiva alheia, por algo que achei correto,
Isso de forma alguma me faz ser um cara esperto.

Tive a rara oportunidade, de ver o resultado de uma equação,
Um bom resultado de fato, mas que não contém a variável do meu coração,
Sinto-me quase completo de alegria neste sentido,
E me mantenho numa posição, por enquanto sou um amigo.

Sorrisos que geram dores abdominais, é demais,
Até esqueço que me vejo como carrasco, se olhar pra trás,
E sou quem sou, não sei aonde vou, ou vamos,
O que me importa, é que sem segundas intenções, aqui sorrimos.

Não paro por mais de um segundo pra te perceber,
Não há contexto, nem objetivo, não é o que eu quero fazer,
E não sou nada diante desta equação,
As pessoas tendem a agir errado, nesse caso, eu não.

Imagino por poucos segundos, a soma das nossas existências,
Saberia sem pensar, aproveitar toda sua essência,
Sei do que sou capaz, sei o que eu consigo,
E nesse momento estático, estou completamente dividido.

Poderia escrever linhas infinitas, e nem diria qualidades,
Nem dizer o quanto é bonita, nem nenhuma das suas especificidades,
Não é correto e de fato até mostra do meu lado mal,
Crescer é engolir a seco, e eu volto a ser pra você, uma existência “virtual”.

__
PS: Usar a palavra virtual é difícil, me refiro a algo que existe apenas simbolicamente, ou uma existência artificial, e não virtual no sentido tecnológico.




Não é necessário escrever demais, são apenas situações da vida, dar muita poesia talvez atrapalhe nas elaborações. De qualquer forma certas coisas vivemos com pesar, nem sempre é possível ter de tudo, as pessoas tem concepções diferentes de mundo, cada tem seu ideal, seu objetivo, seu amor, sua filosofia de vida.
Essa coisa de “seguir a vida” neste momento agora, é pra mim pura ironia, a vida será vivida pois é assim que a gente leva, continuamos apenas, nada mais do que isso.
Sinto que não é o momento de registrar certas lembranças, ainda há muito o que se fazer.
E olha que legal, deixei a parte subjetiva da poesia pro texto do final.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Desabafando rapidamente

Fora do Comum

Mesmo com a pele gelada, o corpo quer transpirar,
Um comportamento diferente é chamado de rebeldia,
Nesta época faz falta alguém pra me ouvir falar,
Até tenho dor de cabeça diante de tanta hipocrisia.

Não sou nem tão contrário quanto poderia,
Utilizo pouco desta minha energia.
E o que em família achavam motivos pra elogio,
No social deixa meu emprego por um fio.

Não vou deixar de ser o pouco que sou,
Pra agradar dificuldades de maturidade alheia,
Não mudo o mundo somente onde estou,
Minha influência vai até você, de noite cochichando na sua orelha.

Infelizmente nem a graduação que escolhi,
Tem o canal para a expressão do que hoje há em mim,
Dissolvo tudo isso em álcool, até que as coisas se resolvam,
Quanto às pessoas que me querem “comum”, elas que se fodam.

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Pra postar não é nem falta de tempo, é falta de contratempo.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Tive Razão

           Em um dos muitos passeios pela internet, me deparei com uma entrevista do seu Jorge, onde ele dizia que o rock não é um gênero pro negro. Na própria entrevista ele explica todo o seu argumento, e realmente faz bastante sentido. 
           Fui atrás de ouvir os trabalhos dele porque estava precisando de algo de uma qualidade melhor pra ouvir, falando de música brasileira. Me deparei então com um show ao vivo, onde ele toca a música "Tive Razão", que tem uma introdução feita no cavaquinho. No show ele traz um cara da orquestra pra tocar junto do músico que está tocando cavaquinho, nessa hora percebi a inteção do seu Jorge, que possivelmente era a de mostrar ao público o quão belo, complexo, e todos outros mais sentimentos que eles possam ter, é o som do instrumento de sopro, tanto como o do cavaquinho, aquele tipo de atitude mostrando paralelamente duas coisas semelhantes, porém apenas uma das duas é próxima da realidade do público e a outra não tanto; ou seja, uma atitude que tem a iniciativa de tentar des-alienar, se é que isso é possível.


           Coincidentemente estou fazendo uma pesquisa bibliográfica para entender um pouco mais sobre os modos de subjetivação e a sua relação com a música, e encontro Adorno realmente discursando sobre a diferença da música para entretenimento somente, e a música como arte autônoma e possibilitadora de reflexão. O fato que mais me chama a atenção, é que provavelmente um instrumento de sopro pra platéia leiga, é somente um instrumento de sopro, fora isto é apenas um corpo estranho num show do seu Jorge. A estratégia de chamar a atenção da platéia para a semelhança dos instrumentos, pode retirar o significado reforçador que o cavaquinho tenha, e abrir a possibilidade pro sujeito pensar que a música em si traz os bons sentimentos, desta forma, não há necessidade de manter-se comprando o mesmo tipo de música se a intenção é ser tocado pela arte musical. Na melhor das realidades, esta atitude neste show traz certo grau de consciência de si e de liberdade, o sujeito se vê tocado por outro instrumento, o sujeito se vê tocado pela música, o sujeito pode buscar outros tipos de músicas, e assim por diante. Não custa nada ser idealista nestas horas.


Fonte: Noyse
Referência:  Adorno, T.


terça-feira, 14 de abril de 2015

I,I Follow...ops.



Good vibe, bad felling

A música era boa, o sentimento doía,
Como um ingênuo não ingênuo, eu sentia,
Tentava aos poucos me aproximar da sua apatia,
Usar a palavra “tentava”, traz pra cá,
E tira de você, a tristeza que queria me passar,
Mas era sim, dentro do seu abraço que eu queria estar.

Cabem muitas palavras entre este parágrafo e o próximo,
Mas este poema se dedica a um lugar, que eu dizia que era nosso,
Um quarto de deitar com o colchão no chão,
Almofadas jogadas, um computador e um violão.
Passava muito tempo ali, pesquisando algum som,
Inventávamos filosofias para atribuir sentimentos ao coração.

Ao ouvir uma música parecida com esta época,
Senti a tristeza da inutilidade da tristeza,
Enquanto me tornava aos poucos uma garrafa seca,
Suprimindo uma demanda de “não esperança”,
Vivia como o objetivo fechado em si,
Vivia sem sentido, vivia para ti.

Provavelmente as origens deste tipo de música,
Tem um fundo triste ou realista,
Agora o efeito do remédio, depende de quem usa,
E lembro-me de como era bom ler conceitos budistas,
Agora, bom porra nenhuma, bom era sorrir,
Nunca gostei de a tristeza dominar o meu sentir.

Levaria mais alguns parágrafos, pra descrever um pouco melhor,
Mas o fato é que deixei perder alguns significados,
Estas coisas nunca mais irão voltar,
Agora caminho na rua pelo outro lado,
Existe agora esperança de que tudo irá melhorar.

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Achei Lykke Li e várias outros artistas de músicas pseudo-alternativas, ou hypsters mesmo (não gosto do termo), em uma época que estava me envolvendo com meditação e temas relacionados a paz, tentando me manter tranquilo sobre algums problemas pelos quais estava passando.
Hoje vejo que este tipo de música se relaciona com um role mais alternativo ainda, daquelas pessoas que cultuam mais o amor do que o heterossexualismo coisa e tal.
Era pra coisa se desenrolar ali, mas é só mais uma bolha de pessoas juntas, que olha de dentro para fora, achando que estamos todos em bolhas diferentes e que só os caucasianos bonitinhos, alternativos, "cult", podem entrar. Todo este assunto não me importa, as concepções que tenho estão firmes o suficiente para serem propagadas por mais 1 ano pelo menos, o fato é que perdi a oportunidade de ouvir um tipo de música trazendo significados pessoais a ela, tal como aconteceu na época do T.A.T.U...mas é isso ai, são só algumas linhas de mimimi.

I follow rivers by Lykke Li on Grooveshark