quinta-feira, 2 de junho de 2016

A Dor de Cada Gota

Mais pesadas que o ar, são as gotas que caem,
Enquanto sem motivos vou viver pela chuva,
Perdendo energia, minhas alegrias se esvaem,
Meu corpo se defende da água, minha pele se enruga.

Algo na baixa temperatura faz o humor deprimido,
Enquanto dirijo sem enxergar à frente,
Me lembro de meus momentos sozinho,
E em como haviam mal entendidos entre a gente.

Me desgasta pensar que gosto deste clima,
Não é a necessidade de manter o humor para “cima”,
Sou cônscio da necessidade da realidade,
Que por vezes só vem com uma triste verdade.

Mas preciso me separar, assim como fiz e faço,
Não há mais tempo para confundir o prazer de um abraço,
Com o parasitismo que acontece em certos laços,
Não deposite em mim, o que você descarrega no seu vaso.

Relações podem ser independentes, mas também simbióticas,
Não no sentido de dependência, mas no sentido de troca,
Dois seres independentes que por querer se encontram,
E ao olhar para o resultado, ambos o aprovam.

Não me entristeço por me lembrar de você em um tempo chuvoso,
Não me arrependo de ter ficado bem mais nervoso,
Do amor que houve, nunca precisarei negar sequer uma gota,
E os poemas jamais foram escritos, para impressionar qualquer garota.

Não é questão de fé, nem questão de crer,
Meus defeitos e qualidades estão todos aqui,
Sempre houveram portas abertas, para entrar e ver,
Foi uma pena meu sorrir, não te fazer sorrir.

Como a chuva cessando vagarosamente,
Temos cada vez menos o que dar valor no mundo,
Mantenho próximo de mim o que quiser passar para frente,
Enquanto você me silencia, por considerar tudo absurdo.

Prossigo significando palavras, cada vez mais profundo,
Nunca foi preciso plantar árvores, só para colher os frutos,
E a chuva de ontem que me entristece e cerca,
Nutre a terra para o florescer de um novo mundo.

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Sempre tive para mim que não faz sentido seguir uma filosofia, ou expor ao mundo que se segue ou se faz algo sem que se tenha os olhos abertos para novas ideias, de forma que para certos tipos de discurso não é tão importante ideias “pouco trabalhadas”, ou “insights” que se mantém por si só, por fazerem sentido subjetivo e não por terem sido verificados empiricamente, para ai sim com fatos e dados podermos tentar descrever melhor uma realidade entre mais de duas pessoa.
E eu fico pensando: o quanto estamos dispostos a engolir nossos defeitos, a nos aceitar como seres em contínuo desenvolvimento (imperfeitos), para ouvir uma idéia alheia, ou procurar entender o próximo?



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