Mais pesadas
que o ar, são as gotas que caem,
Enquanto sem
motivos vou viver pela chuva,
Perdendo
energia, minhas alegrias se esvaem,
Meu corpo se
defende da água, minha pele se enruga.
Algo na
baixa temperatura faz o humor deprimido,
Enquanto
dirijo sem enxergar à frente,
Me lembro de
meus momentos sozinho,
E em como
haviam mal entendidos entre a gente.
Me desgasta
pensar que gosto deste clima,
Não é a
necessidade de manter o humor para “cima”,
Sou cônscio
da necessidade da realidade,
Que por
vezes só vem com uma triste verdade.
Mas preciso
me separar, assim como fiz e faço,
Não há mais
tempo para confundir o prazer de um abraço,
Com o
parasitismo que acontece em certos laços,
Não deposite
em mim, o que você descarrega no seu vaso.
Relações
podem ser independentes, mas também simbióticas,
Não no
sentido de dependência, mas no sentido de troca,
Dois seres
independentes que por querer se encontram,
E ao olhar
para o resultado, ambos o aprovam.
Não me
entristeço por me lembrar de você em um tempo chuvoso,
Não me
arrependo de ter ficado bem mais nervoso,
Do amor que
houve, nunca precisarei negar sequer uma gota,
E os poemas
jamais foram escritos, para impressionar qualquer garota.
Não é
questão de fé, nem questão de crer,
Meus
defeitos e qualidades estão todos aqui,
Sempre
houveram portas abertas, para entrar e ver,
Foi uma pena
meu sorrir, não te fazer sorrir.
Como a chuva
cessando vagarosamente,
Temos cada
vez menos o que dar valor no mundo,
Mantenho
próximo de mim o que quiser passar para frente,
Enquanto
você me silencia, por considerar tudo absurdo.
Prossigo
significando palavras, cada vez mais profundo,
Nunca foi
preciso plantar árvores, só para colher os frutos,
E a chuva de
ontem que me entristece e cerca,
Nutre a
terra para o florescer de um novo mundo.
__
Sempre tive para mim que não faz sentido
seguir uma filosofia, ou expor ao mundo que se segue ou se faz algo sem que se
tenha os olhos abertos para novas ideias, de forma que para certos tipos de
discurso não é tão importante ideias “pouco trabalhadas”, ou “insights” que se
mantém por si só, por fazerem sentido subjetivo e não por terem sido
verificados empiricamente, para ai sim com fatos e dados podermos tentar
descrever melhor uma realidade entre mais de duas pessoa.
E eu fico pensando: o quanto estamos
dispostos a engolir nossos defeitos, a nos aceitar como seres em contínuo
desenvolvimento (imperfeitos), para ouvir uma idéia alheia, ou procurar
entender o próximo?
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