quinta-feira, 19 de maio de 2016

Contato Estático 2

O contato deste abraço, não denuncia minha vontade, nem a sacia,
Seu olhar me controla e me liberta, sua cama está vazia,
Fico parado atrás desta linha, que eu digo ser respeito,
Será um problema meu, se algo der errado neste momento.

Há tanta completude e possibilidade, neste mesmo espaço apertado,
Que sequer sei os movimentos corretos pra acabar do seu lado,
Sou pego na própria surpresa de uma situação imprevisível,
A todo o momento imaginando que só quem quer isto sou eu.

Revejo milhões de concepções por segundo,
Mas nenhum pensamento irá me trazer pro seu mundo,
O que há, é o que criamos e tornamos real,
E eu fico mais uma vez, sem conhecer sua temperatura basal.

Eu coloco uma música animada pra pensar em você,
Como se eu precisasse de mais dopamina pra te descrever,
Misturando confusão neste álcool, nem sei ir até “ai”,
Nada acontece e a gente sabe que vai terminar assim.

Com tantos pensamentos pessimistas, acabo mudando as premissas,
Relações que dão certo, pra mim são quando as pessoas são ouvidas,
Nem sempre faz sentido, estar com quem está na “minha”,
Mas faço as escolhas, que me exigem menor gasto de energia.

Com você menos em foco, e meu coração “in loco”,
Contradigo-me ao ter que me distrair para não agir,
Ser mal interpretado aqui é um fardo,
Enquanto que só gostaria de ter o seu abraço.

A liberdade é privada quando pressupomos algo,
Se ao afirmar meu afeto, me coloco em trilho com destino certo,
Qual a novidade em querer algo novo de verdade?
Isto tudo enquanto sabemos que cada um tem sua subjetividade.

Enfim, vou usar o enfim porque algumas coisas fizeram sentido para mim,
Se há coragem suficiente para entender que nem tudo é aparente,
Há possibilidade de se relacionar com pessoas de algo simples a complexo,
E que não há sentido na vida, mas somos nós que fazemos o nexo.

Observo aqui ao alcance das mãos, um mundo que não conheço,
E fico aqui tentando decifrar, eu vejo, e transcrevo,
Mas há demais, beleza, calmaria, sorrisos e simpatia,
E proponho companhia, pra você sozinha, nesta sala vazia.

O fato é que todos esperam que alguém ultrapasse a linha,
E continuo dizendo verdades enquanto você se esquiva,
Não quero regras, pra te trazer pra um beijo, e pra fazer o que espero,
Minha condição é simples, que você saiba o que eu quero.

__

Acabei de perceber como o final do poema é difícil de escrever com “efeito”, principalmente quando é algo que já passou. Mesmo que eu tente escrever o mais próximo possível do evento que me inspira, nem sempre é possível lembrar exatamente das sensações, talvez por isso ouvir música ajuda, se houvesse música sempre, provavelmente nossas m

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