sexta-feira, 6 de maio de 2016

O Corpo Beija

Sem categorizar ou me atentar a qualquer “tipo”,
Há certa demanda, preciso dizer o que sinto,
Não será efetivo, mesmo assim eu falo,
Sobre sentidos que dou, sobre algo que dificilmente será explicado.

Não me importa se o Ser Humano de fato,
Desenvolveu todo seu “aparato”, sentir perfume não só com o olfato,
Mas significar, imaginar, e outras coisas da “mente”,
Não me importa, mas nem tudo que se sente é aparente.

Há pessoas, corpos, mentes e bocas,
Cada um de uma forma muito particular,
Há muitas coisas dentro das vidas, debaixo das roupas,
E existe uma pequena chance, de se surpreender ao provar.

Passo longe de um catálogo ou estudioso aficionado,
É mais fácil dizer, que trago sentidos e palavras,
Sem muitos motivos por vezes, mas sempre apaixonado,
Por troca de existências e demasiadas risadas.

Sabemos via de regra como viver minimamente,
Talvez até saibamos que não sabemos de nada,
Isto não tira o mistério, de ter alguém a sua frente,
Que te remeta a um velho conceito, porém em nova página.

O olhar não só capta estímulos, pode transmitir,
Obviamente a boca que beija, é a mesma que sorri,
As mãos que afagam, querem sua essência extrair,
Tudo rápido demais, e acontece aqui.

Que seja o conjunto, de qualquer coisa, de tudo,
A boca auxiliada por movimentos do corpo,
Parece que tudo ressoa, melodia equilibrada,
Não é só uma boca que beija, mas um corpo que se entrega.

De modo incomum, mas jamais perturbador,
Uma equação resolvida, o desabrochar de uma flor,
Há tanto sentido  que parece ser óbvio,
O observador é o ator, quase completamente atônito.

Há energia aparente neste contato,
Como energia cinética potencial gravitacional,
Uma maçã dependurada, que cairá até o solo,
Um beijo calmo, esperando ser fenomenal.

Como se houvesse uma completude próxima,
Que só utiliza a boca para uma breve demonstração,
De que o corpo todo se comunica e gosta,
De ter outra existência, em sua boca e entre as mãos.

__

Algumas semanas atrás eu estava entre amigos discutindo sobre o que seria a consciência em termos comportamentais, chegamos à conclusão de que é possível que a “consciência” seja o controle do ser sobre a maior parte, ou os principais estímulos que recebe, e os que são necessários para eliciar comportamentos desejados.
E o que isto tem a ver com este poema? Tudo. Geralmente nos acostumamos a desenvolver nossos sentidos da forma que nos ensinam, e talvez isso seja um fator que limite a transformação ou a utilização destes de outra forma, tem muito de ideal e poético neste comentário, mas já faz muito tempo que não uso meus sentidos de forma comum, há muito mais por aí para se captar das coisas boas que vivemos, basta desacelerar e sentir cada parte, cada estímulo, e em como isto tudo junto pode formar, ou forma algo prazeroso.


PS: A partir deste post vou colocar o título do poema no título da postagem. Fazia diferente porque a ideia original do blog sempre foi postar um poema e escrever, mas isto não está fazendo muito sentido pra mim atualmente, fora que me dá mais o trabalho de pensar em dois títulos (pensar em um já é suficientemente difícil).

Nenhum comentário:

Postar um comentário